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Planejar um roteiro de viagem ao redor do mundo não é fácil e são vários os fatores a serem considerados. Primeiro você tem que se organizar financeiramente, depois traçar sua rota, que será influenciada pela sua situação financeira (você não vai viajar para Seychelles ou para a Polinésia Francesa por exemplo se estiver com o orçamento apertado).
Uma vez que você decidiu mais ou menos para onde quer ir, tem então que começar a pensar no que levar com você (te ajudamos nesse post). E, para finalizar, antes de sair com a mochila nas costas, ainda precisa preparar a sua saúde e escolher quais vacinas, medicamento e seguros levar/tomar.
Mas enfim, vamos logo tratar do assunto desse post: como escolher o seu roteiro de viagem ao redor do mundo 😉
Nós separamos aqui, pra simplificar, os 5 pontos mais importantes: flexibilidade, prioridade, vistos, época do ano e orçamento.
Primeiramente: Seja flexível!
Essa será uma viagem ao redor do mundo longa (a nossa está rolando há dois anos e ainda não temos data para acabar – veja nosso itinerário) e você pode ter certeza que não seguirá à risca a rota previamente estipulada. Bom, você até pode, se quiser, mas se o fizer, nós garantimos que você estará perdendo oportunidades únicas, dessas que só aparecem ao longo do caminho.
Durante a viagem ao redor do mundo, você encontrará outros viajantes que lhe darão dicas incríveis de lugares que nem sabia que existiam; ou então de locais que lhe contarão sobre aqueles cantinhos escondidos que só quem é de lá conhece.
Bom, tudo isso para dizer que, se você for muito metódico, deixe pelo menos um pouco de espaço para mudanças na sua rota. Tenha em mente que você pode (e deve) mudar o seu percurso.
Segundo: quais países são prioridade?
Fala sério, essa é a viagem da sua vida e você não sabe quando poderá deixar tudo pra trás novamente para rodar o mundo. Então não deixe de visitar aqueles países que sempre sonhou em conhecer. Não importa em que lugar do mapa eles estejam, trace o seu objetivo e depois você resolve como vai chegar até lá!
No nosso caso, os países obrigatórios eram Quênia, Irã, Rússia e Indonésia.
Escolhemos o Quênia porque queríamos passar alguns meses no continente africano. Naquela época, ainda julgávamos o continente como uma grande coisa uniforme (um erro bizarro e que muita gente continua cometendo) e estávamos bastante receosos quanto a “África”. Mas enfim, como naquele tempo ainda não tínhamos o Monday Feelings para quebrar nossos esteriótipos e destruir nossos preconceitos 😉 , acabamos optando por conhecer apenas o Quênia, país do leste africano com economia e política mais estáveis. Além do mais, encontramos uma super ONG para voluntariarmos, o que acabou sendo decisivo na nossa escolha.
O Irã figurou na nossa lista por conta de sua história e contexto social (se você lê nossas postagens regularmente, tanto no Facebook quanto no Instagram e aqui, já deve ter percebido que somos mais inclinados a conhecer destinos considerados menos turísticos. Nós éramos fascinados pela história persa e gostaríamos de ver com nossos próprios olhos esse país tão temido e mal-interpretado.
A Rússia, por outro lado, escolhemos unicamente por um motivo: queríamos cruzar o país na Trans-Siberiana (veja tudo sobre essa viagem aqui).
E a Indonésia … bom, a Indonésia é a Indonésia, né?! E também queríamos relaxar um pouquinho 😉
Já escolheu as prioridades? Então agora é hora de conectar os pontos
Bom, agora você tem alguns pontos espalhados pelo mapa e a missão é encontrar a melhor maneira de conectá-los.
Como sabíamos que nosso primeiro destino seria o Quênia, nós fomos pesquisar a melhor maneira de chegar até lá (lembrando que nosso ponto de partida seria Londres). Pra isso, recomendamos muito o SkyScanner, pois é um buscador de voos com ótimas promoções e ferramentas de pesquisa que incluem “VOAR PARA QUALQUER DESTINO” e/ou pesquisar o preço “EM QUALQUER DIA DO MÊS”.
Depois de fazer essas pesquisas malucas que envolvem todos os destinos do mundo em todas as datas do ano, encontramos um bilhete barato saindo da Itália, com destino ao Quênia, com escala no Egito. BANG! Voaríamos de Londres para Roma, ficaríamos uma semana na Itália, 10 dias no Egito e depois Quênia. E assim nosso primeiro ponto foi conectado!
Já que Quênia para o Irã não é uma rota muito comum, resolvemos reservar essa nossa passagem já com meses de antecedência. Bom, obviamente acabamos mudando essa passagem já que assim que chegamos no Quênia percebemos que a “África” não era nada daquilo que imaginávamos, resolvemos estender nossa estadia e viajar pela Tanzânia, Malawi, Moçambique e África do Sul.
Bom, mas o que importa é que já sabíamos como chegaríamos no Irã. No entanto, para conseguir o visto para o Irã (veja como aqui), tínhamos que apresentar uma passagem de saída, e foi assim que decidimos que iríamos passar 2 semanas lá e depois voaríamos para a Jordânia.
Isso não aconteceu. Amamos tanto o Irã que perdemos nosso voo para a Jordânia e ficamos o mês inteiro lá. Você entende agora por que é tão importante ser flexível com o itinerário? Coisas fantásticas e inesperadas acontecem ao longo do caminho e a melhor decisão é mudar seus planos e simplesmente aproveitar o momento.
Em seguida, fizemos o nosso caminho para a Rússia por estrada, passando pela Armênia e Geórgia.
E feito!
Todos os principais pontos estavam conectados, agora era só deixar o vento soprar na direção do sudeste asiático.
O visto para cada país
Antes de comprar suas passagens, pesquise sobre os requerimentos de visto de cada país.
Por exemplo, inicialmente queríamos viajar de Israel para o Irã, mas descobrimos que o Irã proíbe a entrada de pessoas que já tenham visitado Israel.
Também planejávamos entrar na China e descobrimos que brasileiros só podem solicitar o visto na Embaixada da China no Brasil (depois acabamos descobrindo que existem brechas na lei, mas mesmo assim).
Enfim, tenha sempre em mente os pré-requisitos de cada país antes de comprar suas passagens.
Você também tem que levar em consideração: o seu orçamento
Esta é uma parte muito importante da viagem ao redor do mundo, então escolha com sabedoria.
Se o seu orçamento é mais limitado, então é melhor evitar lugares mais turísticos e caros como Londres ou Paris, por exemplo. Não estamos dizendo para você cortar esses países da sua lista, mas apenas para pensar em uma maneira de diminuir o custo dessa viagem ao redor do mundo. Como? Evitando os meses de férias escolares na Europa (junho a agosto), fazendo couchsurfing ou então passando menos tempo nesses lugares. Lembre-se que um dia em Londres equivale a 4 no sudeste asiático.
Nós por exemplo tivemos que adiar nosso sonho de conhecer o Butão, por esse ser um destino incrivelmente caro (gasta-se cerca de 200 dólares por dia lá). Mas um dia ainda iremos 😉
E por último, mas não por isso menos importante, escolher a época do ano
As estações do ano são muito determinantes em certas áreas do mundo. Por exemplo, se você estiver planejando visitar a Índia em junho/julho tenha em mente que você dificilmente conseguirá visitar as praias do sul devido às monções. Ou então, se você quiser ir ao Egito, você deve evitar o pico do verão devido às temperaturas altíssimas.
Nós não queríamos atravessar a Sibéria em pleno inverno (por motivos óbvios e pouco corajosos), e planejamos chegar em São Petersburgo antes de outubro. Por conta disso, acabamos tendo que encurtar a nossa estadia na Geórgia, a fim de aproveitar melhor a Rússia. As estações do ano são muito importantes na hora de tomar sua decisão.
Bom, recapitulando
- Seja flexível com o seu itinerário;
- Escolha quais países são prioridade;
- Cheque as exigências de vistos;
- Decida pela estação do ano certa de cada lugar;
- E tenha o seu orçamento em mente.
Mas o mais importante de tudo: RELAXE! Você está prestes a começar a maior aventura da sua sua vida!
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